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O jornalista e empreendedor Wil Teixeira, cofundador da RH Gestor e autor do livro “Como construir um time de sucesso em sua startup”, defende que a gestão de pessoas deixou de ser uma área de apoio e passou a ocupar o centro da estratégia das empresas.
“Recursos humanos talvez seja a única disciplina que, independentemente da área em que você trabalha, você vai lidar com ela”, afirma. “Você pode ser vendedor, diretor comercial, administrativo ou de tecnologia — em todos os casos vai precisar desenvolver skills de gestão de pessoas.”
Para Wil, o trabalho de liderar uma equipe envolve muito mais do que contratar. “Você vai precisar recrutar, treinar, avaliar, desenvolver, dar feedback, montar um plano de desenvolvimento e criar sucessão. Isso vale para qualquer tipo de empresa.”
RH além da burocracia: o coração das organizações
Na entrevista ao podcast Ponto a Ponto, produzido pelo Maringá Post em parceria com a V Mark Produtora e Estúdio, Wil destacou que o RH precisa ser visto como um dos pilares centrais do negócio.
“Gestão de pessoas não é uma área de apoio. Gestão de pessoas é o core da empresa”, afirma. Ele lembra que, mesmo em setores altamente tecnológicos, o fator humano continua indispensável.
“Às vezes me dizem: ‘Ah, mas a minha empresa é de inteligência artificial’. Tudo bem, mas o que você vai ter é um headcount menor. Ainda assim, vai precisar de pessoas para gerir a empresa. Ainda não conseguimos criar uma IA que gerencie outras IAs sozinha.”
Pessoas continuam no centro, mesmo em tempos de automação
O avanço das tecnologias e o crescimento da automação têm provocado uma reconfiguração do mercado de trabalho, mas não eliminaram a necessidade de liderança, empatia e comunicação.
“Podemos até chegar a um ponto em que a inteligência artificial ocupe várias funções operacionais, mas não existe tecnologia capaz de substituir o olhar humano sobre o outro”, observa Wil.
Ele reforça que toda organização, da padaria à multinacional, precisa de gestão de pessoas. “Você tem gestão de pessoas numa padaria, numa empresa de mil colaboradores, de 10 mil, de 20 mil. É um mercado imenso e que está se desenvolvendo.”
Um mercado em transformação
Wil acredita que o setor de RH vive uma revolução parecida com a que o marketing enfrentou há pouco mais de uma década, quando surgiram as primeiras plataformas de automação e análise de resultados. Hoje, o RH ganha ferramentas que permitem compreender o desempenho humano com a mesma precisão com que o marketing analisa conversões e engajamento.
“Estamos vivendo um amadurecimento muito grande no RH. As empresas estão aprendendo a medir produtividade, engajamento e impacto das pessoas no resultado do negócio. É uma transformação estrutural”, afirmou no episódio.
Para ele, pessoas continuam sendo o verdadeiro motor das empresas — sejam startups de tecnologia, indústrias tradicionais ou pequenos comércios.
“Enquanto existir trabalho, vai existir gente. E enquanto existir gente, vai ser preciso aprender a liderar.”
