Um menino, de 12 anos, morreu após ser picado por um escorpião-amarelo em Cambará, no norte pioneiro do Paraná. A criança chegou a receber o soro antiescorpiônico, mas não resistiu. A morte causou revolta entre familiares, que criticaram a falta do medicamento na cidade.


Thaygo Henrique foi picado pelo animal no domingo, 12. Ele deu entrada no Pronto Socorro Municipal de Cambará por volta das 18h06, com sintomas de envenenamento após a picada do animal.
Três meses antes da morte de Thaygo, Bernardo Gomes de Oliveira, de 3 anos, também morreu após ser picado por um escorpião no mesmo município. O menino sofreu 33 paradas cardíacas e não resistiu.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, Thaygo foi atendido pela equipe médica, que entrou em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) para receber orientações sobre o tratamento inicial. As informações são da Ric RECORD.
Cerca de 30 minutos depois, o quadro de Thaygo piorou. Ele passou a ter calafrios, náuseas, dor de cabeça e prostração. O CIATox então orientou a transferência do paciente para uma unidade que tivesse o soro disponível — no caso, a Santa Casa de Jacarezinho.
Uma ambulância do Samu chegou a ser acionada, mas durante o deslocamento o estado clínico da criança se agravou, e o veículo precisou retornar à unidade de Cambará. Diante da situação, equipes do Samu Avançado e da 19ª Regional de Saúde foram mobilizadas e levaram o soro até o município.
O antídoto começou a ser aplicado por volta das 19h30, totalizando seis ampolas, conforme orientação técnica. Após a administração, o menino apresentou melhora e foi transferido em estado estável para o Hospital Universitário de Londrina, onde morreu na segunda-feira, 13.
“Por volta das 19h30, o soro já estava sendo administrado na criança, totalizando seis ampolas, de acordo com orientação técnica do CIATox. Após a aplicação, o paciente apresentou melhora imediata do quadro clínico e, concluído o tratamento, foi transferido pelo SAMU para o Hospital Universitário de Londrina, saindo de Cambará por volta das 20h15, em estado estável, segundo relato médico. Infelizmente, apesar de todos os esforços, a criança veio a óbito já em Londrina, nesta segunda-feira, 13”, informou a Prefeitura de Cambará, em nota.
Nas redes sociais, uma tia de Thaygo lamentou a morte e criticou a falta de estrutura na cidade. “Sim, meu sobrinho veio a óbito. Aí fica a pergunta: como uma cidade está infestada de escorpiões e não tem o soro que pode salvar uma vida? Quando vão tomar providências? Tem que ter ação de emergência pra Cambará, pelo amor de Deus! [sic]”, escreveu a familiar.
A Prefeitura de Cambará manifestou lamentou a morte de Thaygo e afirmou que todos os protocolos de emergência foram acionados de imediato, com apoio do CIATox, do Samu e da 19ª Regional de Saúde.
Segundo o comunicado, o soro antiescorpiônico ainda não é armazenado na cidade devido a exigências técnicas de conservação e capacitação profissional, mas o município “já está em processo de adequação para viabilizar o armazenamento local o mais breve possível”.
“Estamos profundamente consternados com essa perda e manifestamos nossa solidariedade à família. Todas as medidas técnicas e protocolos de emergência foram acionados de imediato, com o apoio dos órgãos regionais e estaduais de saúde”, declarou o secretário municipal da Saúde à Ric RECORD.
As informações são da Banda B, parceira do GMC Online.