A consultoria Ernst & Young (EY) entregou ao Corinthians um diagnóstico que confirma um endividamento bilionário, estimado em cerca de R$ 2,2 bilhões até junho de 2024 e atualmente na faixa de R$ 2,7 bilhões.No relatório, aparecem oito frentes de atuação que o clube poderia adotar, com potencial de otimizar resultados em cerca de R$ 84 milhões por ano.
Entre os contratos avaliados, sete foram apontados como “lesivos” ao clube. Um exemplo citado: o acordo de bebidas e alimentos para a Neo Química Arena, renovado antecipadamente até 2030, considerado ruim porque não se sabe como será tratado um eventual aumento de receita com venda de bebidas alcoólicas, opção que ainda não está definida.
Outro caso: a empresa de estacionamento: se não atingir faturamento mínimo mensal, a dívida se acumula mês após mês, e o clube acaba sem receber nada em períodos de baixa arrecadação, como ocorreu durante a pandemia.
Recuperação judicial
A consultoria alerta que, mesmo com as otimizações indicadas, a relação entre dívida e geração de caixa só cairia de “12 para 7”, o que ainda configura fragilidade financeira.
O relatório também sugere que o clube poderia adotar regimes como o RCE (Regime Centralizado de Execuções) ou mesmo buscar recuperação extrajudicial ou judicial como alternativa para reestruturação.
Vale lembrar que o Corinthians já possui um RCE em andamento que totaliza mais de R$ 367 milhões em dívidas, das quais R$ 190 milhões estão em execução judicial.
Posição do Corinthians
Em nota, o Corinthians afirmou que “recebeu … a apresentação do relatório de resultado da consultoria” e que o documento “corrobora a situação financeira do clube sem apresentar fatos novos que a atual diretoria já não esteja tomando providências”. O clube também destaca que “os contratos analisados são protegidos por cláusula de sigilo e confidencialidade”, o que limita o acesso aos detalhes públicos.
