O Grupo Barbatuques, de percussão corporal, abriu o Festival de Música de Maringá nesta segunda-feira (13). Uma oficina com integrantes do grupo reuniu músicos, acadêmicos, artistas e curiosos.
O grupo que transforma o corpo em instrumento musical, produzindo som e ritmo, também tem como um dos pilares que os sustenta há mais de 25 anos, a educação, passando adiante o resultado de anos de pesquisa musical. Thais Balieiro, integrante do Barbatuques, explica que é possível fazer qualquer tipo de som com o corpo. “O corpo tem, na verdade, determinados timbres e determinadas características que formam esse mundo da música corporal, que é uma música específica, em que a gente usa só os sons do corpo. Mas é possível fazer muita música só com esses sons que a gente consegue tirar do nosso corpo. A relação do peito, do estalo e da palma, a gente pode associar a uma bateria. O peito é o bumbo, o estalo é o timbal e a palma é a caixa. Aqui a gente já tem um sambinha, que pode ser uma bossa nova, ser um samba enredo, dependendo da velocidade que a gente faz esse samba”.


O grupo, na verdade, nasceu da pesquisa e manteve o paralelo do artístico com o pedagógico, diz Thais. “Então a gente sempre anda nessas duas vias, da composição, dos arranjos, das gravações e também da pesquisa pedagógica, de livros, de cursos, de oficinas, que é também um dos caminhos mais fortes do grupo. A gente viaja por todo o país, também viaja para fora e a gente sempre procura levar as duas coisas, o show e a oficina, para realmente marcar esses dois caminhos do grupo”.
A interação com o corpo e com a música, segundo os artistas, é algo que todo mundo pode fazer, sem precisar saber de teoria musical. Nas oficinas ministradas nesta segunda-feira (13) em Maringá estavam estudantes de música, de artes cênicas e professores da cidade e da região. O ator e estudante de música Adriano Braga aproveitou a oportunidade para ampliar o próprio repertório. “É um aprendizado incrível e é maravilhoso você ter essa possibilidade de explorar o som com próprio corpo, sem a necessidade de um instrumento, porque o nosso corpo já é capaz de produzir sons incríveis. Trabalho com educação infantil, com crianças de três a dez anos, e isso vai ser muito bom para o meu trabalho”, comemora.
Com apresentação gratuita agendada para esta terça-feira (14) no Teatro Marista de Maringá, o Barbatuques promete um show vibrante e interativo. O grupo nasceu em São Paulo e se consagrou por desenvolver uma linguagem musical própria. Já se apresentou em mais de 40 países e participou de trilhas sonoras de produções da Disney e da DreamWorks, como Rio e O Lorax. Os ingressos estão disponíveis para retirada na Avenida Getúlio Vargas, 266 – térreo (Maringá FM) em troca de 1 kg de alimento não perecível por ingresso (limite de 3 por pessoa).
Concurso e música por toda a cidade
Realizado em parceria entre o Departamento de Música da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a Secretaria de Cultura e o Grupo Maringá de Comunicação (GMC), o 1º Festival de Música de Maringá reunirá artistas locais, regionais e nacionais em uma semana de shows, concertos e performances. A programação inclui ainda apresentações da Orquestra Sinfônica do Paraná, o Mega Concert — que reunirá centenas de músicos amadores e profissionais em um grande concerto simultâneo na Travessa Jorge Amado —, além de oficinas, workshops e intervenções musicais em locais inusitados.
O evento também abre espaço para novos talentos com o Concurso de Música Estudantil, voltado a jovens músicos de Maringá a partir dos 14 anos. Os vencedores receberão prêmios de R$ 3 mil (1º lugar), R$ 2 mil (2º) e R$ 1 mil (3º), como explica a professora Vânia Malagutti, da UEM. “O concurso vem desse viés que é artístico, mas também é pedagógico, porque esses músicos já estão se preparando e estão fazendo suas gravações, seus ensaios para estarem apresentando as suas músicas. Nós já recebemos muitas inscrições que estão sendo classificadas e na próxima sexta-feira nós vamos ter a final com até 12 músicas classificadas. Então isso gerou um movimento importante dentro das escolas estaduais, dentro das escolas privadas e também nos centros universitários da nossa cidade e inclusive na própria Universidade, na UEM”, diz a professora. As inscrições seguem abertas no site do festival até esta terça (14) ao meio dia. No mesmo site também é possível consultar a programação completa do Festival de Música de Maringá.