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Maringá: Erros de português e ausência de agendas chamam a atenção em relatório de viagem da Cultura

teatro calil haddad

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A Secretaria Municipal de Cultura de Maringá pagou, neste mês, R$ 2,6 mil em diárias de viagem para enviar uma servidora para a Bienal Internacional do Livro, ocorrida entre os dias 3 e 22 de junho, no Rio de Janeiro. A justificativa para a viagem, presente na Requisição para o deslocamento, era observar “programações correlacionadas” com o que a pasta pretende implantar na Festa Literária Internacional de Maringá (FLIM), prevista para ocorrer no segundo semestre de 2025.

O documento que pediu ao Executivo a autorização para a viagem também mencionava a necessidade de se buscar “trocas de experiências com profissionais da área e fortalecimento das políticas públicas de incentivo à leitura”. O relatório do evento entregue pela servidora, no entanto, chamou a atenção.

Além de uma série de erros de português, o documento protocolado no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da Prefeitura na terça-feira (24) não faz nenhuma menção a agendas, encontros com profissionais do setor ou mesmo quais tipos de atividades vistas no Rio de Janeiro poderão ser implantadas na FLIM.

A servidora, que ocupa um cargo de Gerência dentro da Secretaria de Cultura, foi autorizada a acompanhar os últimos três dias da Bienal, no caso 20, 21 e 22 de junho. O relatório cita o acompanhamento de palestras e mesas redondas com autores como Leandro Karnal, Gabriela Prioli e Mário Sérgio Cortella. Apesar disso, a descrição das atividades desenvolvidas focou apenas em experiências pessoais, sem um relato técnico.

Em um dos trechos do documento, a funcionária cita ter ‘visto de fora’ uma das mesas redondas por conta da fila. Em outro, reclama de ‘programações apertadas’ e longas filas para ir ao banheiro.

“Achei o evento bem estruturado, mas com muitas filas para banheiro e agua… Programações
bem apertadas entre os horários, mas muito movimento em todos os palcos e espaços”, diz a servidora em um trecho do relatório, ao qual o Maringá Post teve acesso.

“Fiquei do lado de fora também, como estava no outro evento no café lietrário, não consegui chegar, mas consegui ouvir um pouco. […] Não consegui acompanhar dentro também fiquei do lado de fora”, escreveu em outro trecho.

“Em Maringá, percebemos que isso não acontece muito, as bibliotecas é um lugar de diversão para as crianças e lazer, o que já é otimo”, descreve em uma outra parte do relatório

Além dos erros ortográficos e de concordância, o documento é finalizado com a servidora descrevendo a viagem como uma “experiência única e inesquecível”, mais uma vez sem qualquer menção a um relatório técnico das agendas cumpridas.

O Maringá Post entrou em contato com a Prefeitura de Maringá, questionando se o relatório será refeito e perguntando quais atividades vistas na Bienal serão implantadas na FLIM e aguarda um retorno.