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O prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), foi cobrado publicamente por autoridades políticas da cidade sobre um posicionamento a respeito da investigação da Polícia Federal (PF) contra o narcotráfico internacional que teve, como um dos alvos, o secretário da Fazenda da cidade, Carlos Augusto Ferreira. Na manhã desta quinta-feira (16), a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma residência do secretário, apreendendo três veículos de luxo, entre eles uma Ferrari.
A investigação tenta desarticular um esquema de lavagem de dinheiro utilizado por uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. Conforme uma parte do inquérito, que o Maringá Post teve acesso, Ferreira teria mantido contato e passado orientações sobre operações financeiras para um dos investigados, que teve um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal. Nas conversas, o secretário municipal também teria oferecido a estrutura de uma fintech para movimentações de recursos de origem desconhecida.
Oficialmente, tanto o secretário de Fazenda quanto a Prefeitura anunciaram que Ferreira se afastaria temporariamente das funções para “esclarecer os fatos”. Ferreira alega inocência e afirma não ter tido acesso ao inquérito policial, enquanto o Executivo afirma confiar no “devido processo legal” e reforça que a investigação não tem relação com o poder público.
Silvio Barros (PP), por sua vez, não se posicionou sobre o assunto. Nesta quinta (16), o vídeo que o chefe do Executivo gravou ao lado do comandante da Fazenda, quando o mesmo foi anunciado para o cargo no fim de 2024, sumiu das redes sociais do prefeito. Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura negou que o conteúdo tenha sido retirado do ar.

Em seu perfil no Instagram, o ex-prefeito Ulisses Maia (PSD) afirmou esperar que o assunto não traga prejuízos para a cidade. “A ética e a transparência são pilares de qualquer gestão pública.
Maringá exige uma resposta imediata e um posicionamento firme contra a corrupção e o crime organizado”, escreveu.
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A vereadora Professora Ana Lúcia (PDT) adotou um tom mais incisivo sobre o tema em um tweet.
O ex-deputado Homero Marchese (Novo) também foi um dos que cobraram o chefe do Executivo pelo afastamento de Ferreira. “Ferreira cuida dos cofres públicos municipais e foi um dos responsáveis pelo aumento do IPTU na cidade em 30%. O prefeito Silvio Barros ainda não se manifestou publicamente, mas removeu de suas redes sociais o vídeo em que anunciava Ferreira como secretário. Maringá quer respostas e providências”, escreveu.