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Projeto de UBS de Maringá transforma fios de linha e lã em carinho

Projeto de UBS de Maringá transforma fios de linha e lã em carinho

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Usando novelos de linha e lã, voluntárias criam peças que são doadas a pessoas hospitalizadas, como os polvinhos terapêuticos, entregues a bebês prematuros. / Foto: Sirlei Reis Ferreira

Criado em fevereiro de 2016, na Unidade Básica de Saúde Mandacaru, em Maringá, o projeto Pontinhos de Amor produz diversos itens usando fios de linha e lã, desde polvinhos terapêuticos em crochê, que são entregues a bebês prematuros, e kits para recém-nascidos, a toucas, cachecois e almofadas para pacientes do Hospital do Câncer de Maringá. 

A iniciativa é coordenada por Sirlei Reis Ferreira, agente comunitária de saúde da UBS, e hoje atua em parceria com o grupo Atos de Amor, ligado a uma denominação religiosa, que faz visitas a hospitais. Os presentes são feitos a mão por um grupo de mais de 20 mulheres em encontros semanais que se tornaram espaço de troca de vivências e fortalecimento de vínculos que promovem a interação social e a saúde mental. A dinâmica da reunião inicia com acolhimento, troca de experiências e bate-papo temático, seguidos pela confecção das peças em linha e lã.

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O grupo terapêutico é uma forma de cuidado com a saúde mental e promove trocas de experiências ao mesmo tempo em que leva carinho em forma de presentes feitos à mão. / Foto: Sirlei Reis Ferreira,

“A princípio o grupo foi formado como se fosse um grupo de terapia, para mostrar para elas que a UBS não é só um lugar onde fazemos curativo ou tomamos injeções ou passamos pelo médico, aquele ambiente de dor,  aquele ambiente triste. Eu sempre quis tirar as mulheres de dentro de casa e trazer para a unidade e mostrar que a UBS previne e promove a saúde em primeiro lugar e também. Para que elas saíssem daquele cantinho, daquele mundinho delas lá de dentro de casa e conhecesse outras mulheres, dividissem as suas experiências, as suas risadas, dividissem os seus problemas, e graças a Deus deu certo. Elas amam esse grupo”, conta Sirlei.  

Para seguir com os trabalhos, o grupo pede doações de materiais: linha Anne para os polvinhos, linha para bebê antialérgica e linha mollet para toucas e cachecóis, além de fibra acrílica para enchimento dos polvinhos e de almofadas doadas para mulheres mastectomizadas. “O nosso grupo não tem nenhum patrocinador,  porém, até hoje nós nunca ficamos sem material totalmente. As lãs e as linhas podem até ficar em cinco novelos, mas de repente já aparece alguém que doa para nós essa lã e essa linha. São pessoas que são tocadas no coração e que doam pra gente. E é assim que o nosso grupo vai se mantendo. E as peças vão cheias de afeto, cheias de carinho. As mulheres costumam falar que cada pontinho que elas fazem, elas vão pensando na criança ou na pessoa que vai usar a peça. E elas vão pedindo para Deus para que quando essa peça chegar para essa pessoa ou para essa criança,  que essa criança, essa pessoa seja curada, seja abraçada, receba o amor”, explica a coordenadora.

Quem recebe o que é produzido, sente o carinho que cada presente carrega. Foi assim com a empresária Silmara Vidal, mãe de Helena, de apenas dois meses. “A minha filhinha ficou internada 23 dias e a gente recebeu esse polvinho no momento que ela estava na UTI, então foi bem gratificante para nós. É uma cor ali dentro do hospital, onde está tudo tudo branco. Uma corzinha que alegra o coração da gente. Assim que ela acordou, ela viu o bichinho, e ficou olhando ali. Ela é bem pequenininha ainda, mas fez diferença. Foi muito abençoado”, diz a mãe.

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Além do HU, polvinhos terapêuticos também são entregues a pacientes do Hopsital da Criança e do HC de Maringá. / Foto: arquivo pessoal

Ao longo dos anos, as doações feitas de linha e lã também foram entregues a asilos e à Rede Feminina de Combate ao Câncer. A reunião para confeccionar as peças é sempre às quartas-feiras, na UBS Mandacaru, com início às 13h30.