A Polícia Civil de Paiçandu investiga o caso de crianças, adolescentes e mulheres maiores de 18 anos que tiveram fotos adulteradas por inteligência artificial e transformadas em conteúdo pornográfico.
As primeiras vítimas procuraram a polícia no início desta semana e relataram que descobriram imagens pessoais em um site de conteúdo adulto.
O material começou a circular também em grupos de mensagens. A Polícia Civil abriu um inquérito e já ouviu o depoimento de 22 vítimas, entre elas crianças e adolescentes.
O autor do crime utilizou imagens retiradas de redes sociais e adulterou o material com uso de inteligência artificial, criando imagens de cunho pornográfico.
Segundo o delegado Gustavo Brito, a linha de investigação da polícia, neste momento, é técnica e voltada à área da internet. “Uma das perguntas que fizemos para as vítimas foi sobre a origem das fotos usadas para montar as cenas pornográficas, e todas indicaram que as imagens foram retiradas do Facebook ou do Instagram. A partir desses dados, nossa linha de investigação agora é tentar identificar a autoria do crime, analisando as informações utilizadas para criação de contas, perfis e para o download e upload de fotos”, afirma.
A princípio, o delegado acredita que o autor do crime seja do próprio município, mas ainda não há confirmação. “Estamos no início da investigação e ainda há muito a avançar, mas a suspeita inicial é de que seja alguém daqui”, diz.
O delegado explica que o compartilhamento do conteúdo também é crime. “A gente orienta que, ao receber links, fotos ou vídeos de conteúdo pornográfico, não repasse nem armazene, porque isso também é crime. Se a investigação comprovar que alguém distribuiu esse material, essa pessoa será responsabilizada. Estamos apurando os crimes de divulgação de cenas pornográficas para maiores de 18 anos e também os previstos no ECA, já que as vítimas envolvem crianças, adolescentes e adultos”, completa.
Enquanto aguarda o resultado da perícia para descobrir a origem das postagens, a polícia orienta possíveis outras vítimas que denunciem.